quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Carnaval de 2015 – parte final – novos equipamentos e impressões sobre a Gruta dos Anões

Nova barraca

A primeira vez que acampamos (leia aqui) foi com uma barraca inadequada, mas não desanimamos. A vontade de acampar só aumentou, e para isso compramos nova barraca e equipamentos para maior conforto no camping. A barraca escolhida foi uma Quechua T6.2, que é excelente. Fácil de montar e desmontar (depois que você vê o vídeo umas 274 vezes como eu), ótimo espaço interno e para mim, que tenho 1,86 de altura, dá para ficar em pé numa boa. Aguentou toda a chuva que caiu por lá sem molhar nada na parte interna.

O armário

Optamos por um móvel de cozinha Quechua e não nos arrependemos. Todos os ingredientes e utensílios muito bem guardados e à mão na hora das preparações. O espaço do fogão fica bem protegido do vento pela aba metálica. O nosso até tomou uma chuvinha lateral que veio quando não estávamos na barraca, mas dentro tudo ficou sequinho. Ótimo investimento.

A mesa

Compramos uma mesa Voyager da Nautika usada. Funcionou muito bem, mas perdemos um dos pinos da trava que fica na alça. É uma peça plástica que solta muito fácil, um ponto fraco do produto. Tirando isso foi muito satisfatória a utilização.

Outros itens

O fogão foi outro item comprado de segunda mão. Um fogãozinho Yanes de duas bocas que funcionou muito bem.

Escolhemos uma lanterna de pendurar da Quechua e uma segunda que imita um lampião a querosene. As duas serviram muito bem e quebraram um galhão, pois esquecemos de levar a lâmpada. A que imita lampião é muito pesada por usar duas pilhas médias, pode-se dizer que é um verdadeiro trambolho. Ocupa muito espaço para transporte e ainda por cima é frágil. Vale por iluminar e pelo charme.

Outra aquisição para esta e futuras acampadas foi um ventilador Travel Breeze da Polishop. Fez relativamente pouco calor, mas quando foi necessário usá-lo cumpriu bem a tarefa.

Adquirimos duas cadeiras Sannet 8 posições na Decathlon. Apesar da aparência frágil ela é bem confortável e suportou meus 98Kg numa boa. Tem problemas de acabamento que não comprometem o uso. O principal problema é que exige cuidado para não machucar as mãos na hora de mudar de posição.

Aprendemos muitas coisas com as pessoas que postam suas experiências nos blogs e no Facebook. De lá veio a ideia de comprar duas caixas organizadoras de 20l de capacidade. Usamos uma para alimentos e outra para utensílios de cozinha. Foi essencial para a organização tanto para montar quanto para desmontar os equipamentos.

Para conservar alimentos e bebidas compramos uma caixa térmica Wenco Nevera de 32l, outro item adquirido de segunda mão. Com três garrafas pet contendo água filtrada congelada conseguimos manter os alimentos e bebidas gelados por três dias, outra excelente aquisição.

Para o piso compramos uma lona de 2X2,5 que não foi muito útil. Acabou dobrada num canto, suja de lama, guardada para ser lavada em casa. Já encomendamos uma lona de 4X5 seguindo as dicas do Nossa Q Viagem.

O camping

Por ser carnaval o camping ficou lotado! Mesmo assim não houve desconforto na nossa área. Por ser muito grande comportou bem a todos. Ficamos atrás do restaurante, onde as barracas são montadas margeando uma rua onde os carros passam para acessar a parte do fundo. As regras proibindo som muito alto foram respeitadas, só tivemos problema com barulho na última noite, onde um pessoal que estava nos chalés resolveu fazer uma rave. Porém bastou um telefonema para a recepção e logo em seguida o problema foi resolvido.

É possível comprar gelo na lanchonete e a comida do restaurante é boa.

Há muitas pias espalhadas pelo campíng, além das específicas para lavar louça que ficam no banheiro principal. Os tanques para lavar roupa também ficam lá.

Enfim, ficamos satisfeitos com a estrutura do local.

Só o tempo não ajudou, com muita chuva.

Há muitas atrações, teremos que voltar mais vezes porque não deu para explorar tudo. Não fomos na piscina, por exemplo, o que não impediu de ter uma boa impressão sobre ela.

Sobre os banheiros, obviamente só posso falar sobre os masculinos. Eles ficavam com lama no chão porque era muito entra-e-sai e a chuva não ajudou. Para fazer o número um não havia problema. Para, digamos, "atividades mais complexas" a situação não era boa. Elegi o banheiro da área reservada aos diaristas para estas atividades. Há ali um box com estrutura para deficientes com barras de apoio onde dá para pendurar as coisas, evitando contato com o chão. O pessoal da limpeza até fazia um bom trabalho, pois não senti cheiro ruim nem presenciei cenas deploráveis, tipo vaso usado por gente que não dá descarga.

Uma crítica que podemos fazer é com relação à estrutura dos banheiros para quem tem bebês. Não há como trocar ou vestir fraldas após o banho. Isso é um problema pois a distância até a barraca pode ser longa, como era o nosso caso. Tivemos que levar Luiza enroladinha na toalha úmida até a barraca, o que nos fez desistir de dar banho nos dias com chuva. Nesses dias, só banho de lencinho umedecido.


Com certeza voltaremos lá, e se possível montaremos a barraca no mesmo lugar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Dia 5 (17/02) – a volta

Depois de uns sonhos bem esquisitos e surreais acordei bem disposto para encarar a desmontagem do acampamento. Um belo café, um ótimo papo com os vizinhos que iam saindo e deixando saudade, fazendo festa para Luiza. Dois casais de Sertãozinho, cada um com duas filhas adolescentes que se encantaram com Luiza. E ela retribuiu, embora seja bem tímida.

Estes fins de acampamento trazem um gostinho danado de saudade. Tem que saborear cada momento, pois será único. Mas a vida é assim mesmo, bora viver!

Enquanto Luiza é pequena nós temos que revezar as tarefas de organização e desmontagem do acampamento. Primeiro Kátia organizou tudo, esvaziando os quartos. Depois eu comecei a desmontar a barraca e o gazebo. Enquanto o pessoal em volta desmontava em grupo eu tinha que ir desmontando praticamente sozinho. E não é que Kátia queria comparar meu ritmo solitário com o do pessoal que não tinha bebê para cuidar e desmontavam em dois, três, até cinco pessoas! Dá um tempo, amor, rs!

Almoçamos no restaurante. Comida boa, mas quero cada vez mais não depender de restaurantes e lanchonetes nos acampamentos. No máximo um sorvete de vez em quando. Além da economia, gosto do desafio de cozinhar bem fora de casa. É um ótimo exercício de criatividade. E sempre tem uma saída estratégica: acende a churrasqueira e vamos de churrasco!

Depois do almoço conseguimos encaixar tudo no carro, nos despedimos e trocamos contato dos queridos novos amigos vizinhos de acampada e enfrentamos uma viagem tranquila, apesar de ser retorno de feriadão, de volta a São Paulo.

Agora a gente não vê a hora do próximo acampamento acontecer!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Dia 4 (16/02) - o sono

O quarto dia amanheceu cinza. Luiza acordou de novo bem cedinho e com disposição para andar novamente o camping inteiro. Cogitamos ir embora por causa da chuva do dia anterior, mas o tempo deu uma firmada e resolvemos ficar. Depois do café da manhã Luiza dormiu bastante, e eu aproveitei para fazer companhia. Depois demos um pulo na cidade para comprar suprimentos e voltamos para o almoço, que foi com os novos amigos. Coisa boa é acampar!

No final da tarde voltou a chover. Era umas 19:30 quando começamos a cochilar, o barulho da chuva embalando nosso sono... e nesse embalo dormimos até meia noite! O pessoal nos procurando para a continuação do churrasco e a gente lá, recuperando o sono perdido dos últimos trocentos anos! Acordamos para fazer um café e jogar conversa fora (só eu e Kátia, o camping dormia) até Luiza acordar, lá pela 1:30. Nessa festa particular e repleta de susurro e risada de criança ficamos até as 3:00, quando Kátia se aborreceu com um barulho que eu não havia percebido.

Era uma rave rolando num dos chalés que ficavam a poucos metros. Ficava com aquele bate estaca irritante e repetitivo ao longe, parecia tortura chinesa, não dava mesmo para dormir. Quer dizer, isso para quem tem ouvido bom, eu que sou velho surdo só percebi quando ela avisou! Ela resolveu tomar uma atitude. Como era muita gente na festa decidiu não ir até lá, mas sugeri que ligasse para a recepção. O resultado foi bem rápido, logo ouvimos o som acabar e barulho de carro saindo. Nada contra as festas entrarem noite adentro, mas há regras quanto ao barulho que devem ser seguidas para o bem de todos.

Ainda conseguimos achar sono para dormir bem e encarar o último dia.


domingo, 22 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Dia 3 (15/02) - o churrasco

Luiza despertou muito cedo, antes das 7:00. Andei o camping inteiro com ela antes do café, parando aqui e ali para conversar com as pessoas, observar os animais. Bois, galinhas, um cavalo e até um coelho muito fofo passeiam na área vizinha ao camping. Há também um mini zoológico com vários porquinhos da índia, duas calopsitas e dois macacos. 

Acompanhei a invasão dos diaristas no dia mais movimentado. A entrada é liberada às 8:00. Eu estava na área da Gruta dos Anões, curtindo a calma da natureza com Luiza, quando percebi a chegada de vários carros com pessoas ansiosas por pegar o melhor lugar para passar o dia e lamentando não ter chegado mais cedo para pegar lugares melhores. Os funcionários estavam tentando ajudar a conseguir lugar para todos quando ouvi um deles avisar pelo rádio que não havia mais churrasqueiras disponíveis. A resposta pelo rádio foi engraçada: "Não tem mais lugar? Quer uma boa notícia? Está chegando um ônibus com mais 50 pessoas." Era verdade, vi o ônibus chegando e lotando o camping ainda mais. Não notamos diferença na nossa área. Não sofremos com bagunça ou barulho de nenhum tipo por lá. Só reparei no dia seguinte uma quantidade absurda de lixo nas áreas reservadas aos diaristas, demonstrando falta de educação e de respeito com a natureza e com as pessoas que usariam os mesmos locais no dia seguinte.

Na parte da tarde aconteceu o churrasco organizado pelo Abílio e pelo Júnior, e foi perfeito para conhecermos as esposas dos dois - Amanda e Martha - e mais quatro casais campistas. Desculpem, sou péssimo para nomes, só vou lembrar do nome do Jeferson, que nos trouxe uma pinga feita em laboratório e limão "burger" (ê sotaque bom!) direto de Piracicaba. E do Tico, simpático cachorro ignorante (é o que diz a placa na porta da barraca dele) do Jeferson. O papo foi ótimo, estava tão bom que São Pedro resolveu participar trazendo uma chuva daquelas... Uma lona foi providencial para que a churrasqueira não apagasse e o papo continuasse rolando. Pena que a trégua foi curta e logo veio mais chuva! Uma lona adicional apareceu não sei de onde, mas agora a chuva era mais forte e demorada, obrigando a ficar segurando a lona por um bom tempo. Depois nos abrigamos no excelente Gazebo Fresh do Abílio. E tome papo! Este Gazebo é espetacular, já está na nossa lista de compras. Que eu me lembre eram pelo menos oito adultos em volta da mesa conversando animada e confortavelmente, mais uns quatro tomando chuva e segurando a lona. Tarde pra lá de gostosa!


Voltamos para nossa barraca para ver o estrago. Resultado: não houve estrago! Eu havia puxado a lona para fazer piso no Gazebo, então não correu água para dentro da barraca. Só respingou água no armário, mas como ele é feito com uma lona grossa não molhou nada dentro dele. Perfeito! Colocamos dentro da barraca e fizemos um delicioso café antes de dormir.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Dia 2 (14/02) - passeio no camping



Dormimos bem e acordamos tarde. Enquanto faziamos café o camping ia enchendo. Na nossa frente foi montada uma outra barraca Quechua T6.2 que ajudou a dificultar para os carros (e tome mais praga rogada pelos motoristas!). Eram duas famílias muito simpáticas, como a maioria dos campistas é. Do alto da minha inexperiência ainda ajudei um tiquinho na montagem da barraca, pois era a primeira vez que eles montavam também.

Nesse dia passeamos a pé com Luiza, nossa filha de um ano e quatro meses, que brincou muito com a branca de neve e os anões que ficam na área da gruta.


A gruta em si é bem pequena. A falta de educação das pessoas fez com que fosse preciso limitar o acesso a uma pequena extensão da gruta até terminar em uma porta de ferro para evitar a degradação do lugar por vandalismo. 



A parte externa da gruta tem uma natureza exuberante, um visual muito bonito.



Em contraste, a interferência do homem rendeu um ar de decadência no entorno: uma lanchonete abandonada com bancos que remetem à década de 70, um monjolo com uma destoante estátua de sapo cantante num ambiente escuro, a branca de neve rodeada por sete anões de jardim com estilos variados e que as pessoas insistem em brincar deixando latas e garrafas vazias como se eles bebessem, bancos de granito da década de 50, o chuveirão de água mineral cheio de marcas da idade (ferrugem na placa e no próprio chuveiro), alguns brinquedos assustadores para as crianças (roda gigante e navio pirata acionados com a força humana, uma gangorra que também gira, balanços pesados). Acho que muita gente já se machucou ali. Mas esse ar decadente não incomodou, só me fez imaginar as histórias que já aconteceram lá quando aquilo tudo era novo.

Há uma bela (e também decadente) roda de água que, segundo o dono do camping, aciona uma bomba que leva água até as caixas que abastecem o local. Todas as torneiras fornecem água mineral. A vazão da fonte é de 10.000 litros de água por hora, ainda segundo o dono, que também me contou como a especulação imobiliária afetou a região. A construção de um condomínio vizinho acabou afetando o lençol freático e três cachoeiras deixaram de existir. O dano estava tão grande que a construção foi proibida e interditada pelo ministério público. Podemos ver a portaria deste condomínio fechada antes de entrar no camping.

Voltando ao relato, no retorno do passeio encontramos o vizinho da mansão, que puxou papo por causa do Elton John da noite anterior e me apresentou a mais um novo colega pra sempre de camping. O vizinho da mansão é o Osnir Junior e o novo colega é o Abílio. Marcamos um churrasco para o dia seguinte.


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Gruta dos Anões (São Pedro/SP) - Dia 1 (13/02/15): - a chegada

Acampamos na Gruta dos Anões para passar o carnaval de 2015. Chegamos dia 13/02 e ficamos até 17/02. Adoramos o camping e com certeza voltaremos! Quem vos escreve é o Laércio, e agora é minha vez de fazer o relato desta segunda experiência. Como ficou longo vou programar um post por dia, e no final comentar sobre o camping e nossos novos equipamentos. Vamos ao relato do primeiro dia:

Tralhas todas no carro, chega a hora de pegar a estrada! Saímos de São Paulo às 15:00 e pegamos muita chuva na cidade. Marginal lotada, e eu preocupado em chegar ainda com luz natural, afinal era a primeira vez que montaríamos nossa nova barraca, uma Quechua T6.2. Pegamos alguns poucos trechos de congestionamento e conseguimos chegar lá pelas 19:30. Ou seja, meia hora de luz... 

Após alguma indecisão na hora de escolher o local (a inexperiência falou alto nessa hora) descobrimos uma área que parecia ser agradável - e foi muito! Me atrapalhei um pouco na montagem e a luz do Sol acabou mais rápido que eu desejava, mas com a ajuda da Kátia (e depois de algum bate-boca e agressões físicas com muito amor e humor por parte dela) conseguimos levantar a barraca. Só levantar, porque até fixar os quartos e esticar todas os tirantes ainda foi um bom tempo! Mas ficou tudo certinho, as aulas de montagem da barraca que fiz no youtube valeram a pena.

No rádio tocava um CD tipo "bestófe" do Elton John que rendeu assunto com um pessoal que veio ser nosso vizinho. Eles chegaram pouco depois de nós e impressionaram com sua barraca na carreta. Parecia mágica, eles começaram a abrir os compartimentos secretos e montaram uma mansão!

Depois da nossa barraca montada foi a vez do gazebo. Negociamos com os seguranças do lugar para nos deixar montar na frente da barraca. Resumindo: invadimos a rua. Os carros tinham que desviar para passar na nossa frente. Certamente rogaram muita praga, mas nem pegou nenhuma, viu? rs! E o cara da mansão vizinha viu que consegui o espaço e não teve dúvidas: colocou sua lona que também avançava o mesmo pedaço de rua.


Parece torta, mas é porque a porta estava pendurada. E porque ficou torta.

Terminamos a noite com cerveja e linguiça desacebolada. Desacebolada porque esquecemos a cebola em casa! Mas foi bom mesmo assim, matamos a fome e fomos dormir com a sensação de felicidade de quem agora tem uma barraca de verdade.