quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Carnaval de 2015 – parte final – novos equipamentos e impressões sobre a Gruta dos Anões

Nova barraca

A primeira vez que acampamos (leia aqui) foi com uma barraca inadequada, mas não desanimamos. A vontade de acampar só aumentou, e para isso compramos nova barraca e equipamentos para maior conforto no camping. A barraca escolhida foi uma Quechua T6.2, que é excelente. Fácil de montar e desmontar (depois que você vê o vídeo umas 274 vezes como eu), ótimo espaço interno e para mim, que tenho 1,86 de altura, dá para ficar em pé numa boa. Aguentou toda a chuva que caiu por lá sem molhar nada na parte interna.

O armário

Optamos por um móvel de cozinha Quechua e não nos arrependemos. Todos os ingredientes e utensílios muito bem guardados e à mão na hora das preparações. O espaço do fogão fica bem protegido do vento pela aba metálica. O nosso até tomou uma chuvinha lateral que veio quando não estávamos na barraca, mas dentro tudo ficou sequinho. Ótimo investimento.

A mesa

Compramos uma mesa Voyager da Nautika usada. Funcionou muito bem, mas perdemos um dos pinos da trava que fica na alça. É uma peça plástica que solta muito fácil, um ponto fraco do produto. Tirando isso foi muito satisfatória a utilização.

Outros itens

O fogão foi outro item comprado de segunda mão. Um fogãozinho Yanes de duas bocas que funcionou muito bem.

Escolhemos uma lanterna de pendurar da Quechua e uma segunda que imita um lampião a querosene. As duas serviram muito bem e quebraram um galhão, pois esquecemos de levar a lâmpada. A que imita lampião é muito pesada por usar duas pilhas médias, pode-se dizer que é um verdadeiro trambolho. Ocupa muito espaço para transporte e ainda por cima é frágil. Vale por iluminar e pelo charme.

Outra aquisição para esta e futuras acampadas foi um ventilador Travel Breeze da Polishop. Fez relativamente pouco calor, mas quando foi necessário usá-lo cumpriu bem a tarefa.

Adquirimos duas cadeiras Sannet 8 posições na Decathlon. Apesar da aparência frágil ela é bem confortável e suportou meus 98Kg numa boa. Tem problemas de acabamento que não comprometem o uso. O principal problema é que exige cuidado para não machucar as mãos na hora de mudar de posição.

Aprendemos muitas coisas com as pessoas que postam suas experiências nos blogs e no Facebook. De lá veio a ideia de comprar duas caixas organizadoras de 20l de capacidade. Usamos uma para alimentos e outra para utensílios de cozinha. Foi essencial para a organização tanto para montar quanto para desmontar os equipamentos.

Para conservar alimentos e bebidas compramos uma caixa térmica Wenco Nevera de 32l, outro item adquirido de segunda mão. Com três garrafas pet contendo água filtrada congelada conseguimos manter os alimentos e bebidas gelados por três dias, outra excelente aquisição.

Para o piso compramos uma lona de 2X2,5 que não foi muito útil. Acabou dobrada num canto, suja de lama, guardada para ser lavada em casa. Já encomendamos uma lona de 4X5 seguindo as dicas do Nossa Q Viagem.

O camping

Por ser carnaval o camping ficou lotado! Mesmo assim não houve desconforto na nossa área. Por ser muito grande comportou bem a todos. Ficamos atrás do restaurante, onde as barracas são montadas margeando uma rua onde os carros passam para acessar a parte do fundo. As regras proibindo som muito alto foram respeitadas, só tivemos problema com barulho na última noite, onde um pessoal que estava nos chalés resolveu fazer uma rave. Porém bastou um telefonema para a recepção e logo em seguida o problema foi resolvido.

É possível comprar gelo na lanchonete e a comida do restaurante é boa.

Há muitas pias espalhadas pelo campíng, além das específicas para lavar louça que ficam no banheiro principal. Os tanques para lavar roupa também ficam lá.

Enfim, ficamos satisfeitos com a estrutura do local.

Só o tempo não ajudou, com muita chuva.

Há muitas atrações, teremos que voltar mais vezes porque não deu para explorar tudo. Não fomos na piscina, por exemplo, o que não impediu de ter uma boa impressão sobre ela.

Sobre os banheiros, obviamente só posso falar sobre os masculinos. Eles ficavam com lama no chão porque era muito entra-e-sai e a chuva não ajudou. Para fazer o número um não havia problema. Para, digamos, "atividades mais complexas" a situação não era boa. Elegi o banheiro da área reservada aos diaristas para estas atividades. Há ali um box com estrutura para deficientes com barras de apoio onde dá para pendurar as coisas, evitando contato com o chão. O pessoal da limpeza até fazia um bom trabalho, pois não senti cheiro ruim nem presenciei cenas deploráveis, tipo vaso usado por gente que não dá descarga.

Uma crítica que podemos fazer é com relação à estrutura dos banheiros para quem tem bebês. Não há como trocar ou vestir fraldas após o banho. Isso é um problema pois a distância até a barraca pode ser longa, como era o nosso caso. Tivemos que levar Luiza enroladinha na toalha úmida até a barraca, o que nos fez desistir de dar banho nos dias com chuva. Nesses dias, só banho de lencinho umedecido.


Com certeza voltaremos lá, e se possível montaremos a barraca no mesmo lugar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Dia 5 (17/02) – a volta

Depois de uns sonhos bem esquisitos e surreais acordei bem disposto para encarar a desmontagem do acampamento. Um belo café, um ótimo papo com os vizinhos que iam saindo e deixando saudade, fazendo festa para Luiza. Dois casais de Sertãozinho, cada um com duas filhas adolescentes que se encantaram com Luiza. E ela retribuiu, embora seja bem tímida.

Estes fins de acampamento trazem um gostinho danado de saudade. Tem que saborear cada momento, pois será único. Mas a vida é assim mesmo, bora viver!

Enquanto Luiza é pequena nós temos que revezar as tarefas de organização e desmontagem do acampamento. Primeiro Kátia organizou tudo, esvaziando os quartos. Depois eu comecei a desmontar a barraca e o gazebo. Enquanto o pessoal em volta desmontava em grupo eu tinha que ir desmontando praticamente sozinho. E não é que Kátia queria comparar meu ritmo solitário com o do pessoal que não tinha bebê para cuidar e desmontavam em dois, três, até cinco pessoas! Dá um tempo, amor, rs!

Almoçamos no restaurante. Comida boa, mas quero cada vez mais não depender de restaurantes e lanchonetes nos acampamentos. No máximo um sorvete de vez em quando. Além da economia, gosto do desafio de cozinhar bem fora de casa. É um ótimo exercício de criatividade. E sempre tem uma saída estratégica: acende a churrasqueira e vamos de churrasco!

Depois do almoço conseguimos encaixar tudo no carro, nos despedimos e trocamos contato dos queridos novos amigos vizinhos de acampada e enfrentamos uma viagem tranquila, apesar de ser retorno de feriadão, de volta a São Paulo.

Agora a gente não vê a hora do próximo acampamento acontecer!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Dia 4 (16/02) - o sono

O quarto dia amanheceu cinza. Luiza acordou de novo bem cedinho e com disposição para andar novamente o camping inteiro. Cogitamos ir embora por causa da chuva do dia anterior, mas o tempo deu uma firmada e resolvemos ficar. Depois do café da manhã Luiza dormiu bastante, e eu aproveitei para fazer companhia. Depois demos um pulo na cidade para comprar suprimentos e voltamos para o almoço, que foi com os novos amigos. Coisa boa é acampar!

No final da tarde voltou a chover. Era umas 19:30 quando começamos a cochilar, o barulho da chuva embalando nosso sono... e nesse embalo dormimos até meia noite! O pessoal nos procurando para a continuação do churrasco e a gente lá, recuperando o sono perdido dos últimos trocentos anos! Acordamos para fazer um café e jogar conversa fora (só eu e Kátia, o camping dormia) até Luiza acordar, lá pela 1:30. Nessa festa particular e repleta de susurro e risada de criança ficamos até as 3:00, quando Kátia se aborreceu com um barulho que eu não havia percebido.

Era uma rave rolando num dos chalés que ficavam a poucos metros. Ficava com aquele bate estaca irritante e repetitivo ao longe, parecia tortura chinesa, não dava mesmo para dormir. Quer dizer, isso para quem tem ouvido bom, eu que sou velho surdo só percebi quando ela avisou! Ela resolveu tomar uma atitude. Como era muita gente na festa decidiu não ir até lá, mas sugeri que ligasse para a recepção. O resultado foi bem rápido, logo ouvimos o som acabar e barulho de carro saindo. Nada contra as festas entrarem noite adentro, mas há regras quanto ao barulho que devem ser seguidas para o bem de todos.

Ainda conseguimos achar sono para dormir bem e encarar o último dia.


domingo, 22 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Dia 3 (15/02) - o churrasco

Luiza despertou muito cedo, antes das 7:00. Andei o camping inteiro com ela antes do café, parando aqui e ali para conversar com as pessoas, observar os animais. Bois, galinhas, um cavalo e até um coelho muito fofo passeiam na área vizinha ao camping. Há também um mini zoológico com vários porquinhos da índia, duas calopsitas e dois macacos. 

Acompanhei a invasão dos diaristas no dia mais movimentado. A entrada é liberada às 8:00. Eu estava na área da Gruta dos Anões, curtindo a calma da natureza com Luiza, quando percebi a chegada de vários carros com pessoas ansiosas por pegar o melhor lugar para passar o dia e lamentando não ter chegado mais cedo para pegar lugares melhores. Os funcionários estavam tentando ajudar a conseguir lugar para todos quando ouvi um deles avisar pelo rádio que não havia mais churrasqueiras disponíveis. A resposta pelo rádio foi engraçada: "Não tem mais lugar? Quer uma boa notícia? Está chegando um ônibus com mais 50 pessoas." Era verdade, vi o ônibus chegando e lotando o camping ainda mais. Não notamos diferença na nossa área. Não sofremos com bagunça ou barulho de nenhum tipo por lá. Só reparei no dia seguinte uma quantidade absurda de lixo nas áreas reservadas aos diaristas, demonstrando falta de educação e de respeito com a natureza e com as pessoas que usariam os mesmos locais no dia seguinte.

Na parte da tarde aconteceu o churrasco organizado pelo Abílio e pelo Júnior, e foi perfeito para conhecermos as esposas dos dois - Amanda e Martha - e mais quatro casais campistas. Desculpem, sou péssimo para nomes, só vou lembrar do nome do Jeferson, que nos trouxe uma pinga feita em laboratório e limão "burger" (ê sotaque bom!) direto de Piracicaba. E do Tico, simpático cachorro ignorante (é o que diz a placa na porta da barraca dele) do Jeferson. O papo foi ótimo, estava tão bom que São Pedro resolveu participar trazendo uma chuva daquelas... Uma lona foi providencial para que a churrasqueira não apagasse e o papo continuasse rolando. Pena que a trégua foi curta e logo veio mais chuva! Uma lona adicional apareceu não sei de onde, mas agora a chuva era mais forte e demorada, obrigando a ficar segurando a lona por um bom tempo. Depois nos abrigamos no excelente Gazebo Fresh do Abílio. E tome papo! Este Gazebo é espetacular, já está na nossa lista de compras. Que eu me lembre eram pelo menos oito adultos em volta da mesa conversando animada e confortavelmente, mais uns quatro tomando chuva e segurando a lona. Tarde pra lá de gostosa!


Voltamos para nossa barraca para ver o estrago. Resultado: não houve estrago! Eu havia puxado a lona para fazer piso no Gazebo, então não correu água para dentro da barraca. Só respingou água no armário, mas como ele é feito com uma lona grossa não molhou nada dentro dele. Perfeito! Colocamos dentro da barraca e fizemos um delicioso café antes de dormir.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Dia 2 (14/02) - passeio no camping



Dormimos bem e acordamos tarde. Enquanto faziamos café o camping ia enchendo. Na nossa frente foi montada uma outra barraca Quechua T6.2 que ajudou a dificultar para os carros (e tome mais praga rogada pelos motoristas!). Eram duas famílias muito simpáticas, como a maioria dos campistas é. Do alto da minha inexperiência ainda ajudei um tiquinho na montagem da barraca, pois era a primeira vez que eles montavam também.

Nesse dia passeamos a pé com Luiza, nossa filha de um ano e quatro meses, que brincou muito com a branca de neve e os anões que ficam na área da gruta.


A gruta em si é bem pequena. A falta de educação das pessoas fez com que fosse preciso limitar o acesso a uma pequena extensão da gruta até terminar em uma porta de ferro para evitar a degradação do lugar por vandalismo. 



A parte externa da gruta tem uma natureza exuberante, um visual muito bonito.



Em contraste, a interferência do homem rendeu um ar de decadência no entorno: uma lanchonete abandonada com bancos que remetem à década de 70, um monjolo com uma destoante estátua de sapo cantante num ambiente escuro, a branca de neve rodeada por sete anões de jardim com estilos variados e que as pessoas insistem em brincar deixando latas e garrafas vazias como se eles bebessem, bancos de granito da década de 50, o chuveirão de água mineral cheio de marcas da idade (ferrugem na placa e no próprio chuveiro), alguns brinquedos assustadores para as crianças (roda gigante e navio pirata acionados com a força humana, uma gangorra que também gira, balanços pesados). Acho que muita gente já se machucou ali. Mas esse ar decadente não incomodou, só me fez imaginar as histórias que já aconteceram lá quando aquilo tudo era novo.

Há uma bela (e também decadente) roda de água que, segundo o dono do camping, aciona uma bomba que leva água até as caixas que abastecem o local. Todas as torneiras fornecem água mineral. A vazão da fonte é de 10.000 litros de água por hora, ainda segundo o dono, que também me contou como a especulação imobiliária afetou a região. A construção de um condomínio vizinho acabou afetando o lençol freático e três cachoeiras deixaram de existir. O dano estava tão grande que a construção foi proibida e interditada pelo ministério público. Podemos ver a portaria deste condomínio fechada antes de entrar no camping.

Voltando ao relato, no retorno do passeio encontramos o vizinho da mansão, que puxou papo por causa do Elton John da noite anterior e me apresentou a mais um novo colega pra sempre de camping. O vizinho da mansão é o Osnir Junior e o novo colega é o Abílio. Marcamos um churrasco para o dia seguinte.


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Gruta dos Anões (São Pedro/SP) - Dia 1 (13/02/15): - a chegada

Acampamos na Gruta dos Anões para passar o carnaval de 2015. Chegamos dia 13/02 e ficamos até 17/02. Adoramos o camping e com certeza voltaremos! Quem vos escreve é o Laércio, e agora é minha vez de fazer o relato desta segunda experiência. Como ficou longo vou programar um post por dia, e no final comentar sobre o camping e nossos novos equipamentos. Vamos ao relato do primeiro dia:

Tralhas todas no carro, chega a hora de pegar a estrada! Saímos de São Paulo às 15:00 e pegamos muita chuva na cidade. Marginal lotada, e eu preocupado em chegar ainda com luz natural, afinal era a primeira vez que montaríamos nossa nova barraca, uma Quechua T6.2. Pegamos alguns poucos trechos de congestionamento e conseguimos chegar lá pelas 19:30. Ou seja, meia hora de luz... 

Após alguma indecisão na hora de escolher o local (a inexperiência falou alto nessa hora) descobrimos uma área que parecia ser agradável - e foi muito! Me atrapalhei um pouco na montagem e a luz do Sol acabou mais rápido que eu desejava, mas com a ajuda da Kátia (e depois de algum bate-boca e agressões físicas com muito amor e humor por parte dela) conseguimos levantar a barraca. Só levantar, porque até fixar os quartos e esticar todas os tirantes ainda foi um bom tempo! Mas ficou tudo certinho, as aulas de montagem da barraca que fiz no youtube valeram a pena.

No rádio tocava um CD tipo "bestófe" do Elton John que rendeu assunto com um pessoal que veio ser nosso vizinho. Eles chegaram pouco depois de nós e impressionaram com sua barraca na carreta. Parecia mágica, eles começaram a abrir os compartimentos secretos e montaram uma mansão!

Depois da nossa barraca montada foi a vez do gazebo. Negociamos com os seguranças do lugar para nos deixar montar na frente da barraca. Resumindo: invadimos a rua. Os carros tinham que desviar para passar na nossa frente. Certamente rogaram muita praga, mas nem pegou nenhuma, viu? rs! E o cara da mansão vizinha viu que consegui o espaço e não teve dúvidas: colocou sua lona que também avançava o mesmo pedaço de rua.


Parece torta, mas é porque a porta estava pendurada. E porque ficou torta.

Terminamos a noite com cerveja e linguiça desacebolada. Desacebolada porque esquecemos a cebola em casa! Mas foi bom mesmo assim, matamos a fome e fomos dormir com a sensação de felicidade de quem agora tem uma barraca de verdade.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Nossa primeira acampada - Quintal das Estrelas (Socorro/SP)


Nosso primeiro acampamento foi totalmente no improviso. Resolvemos de última hora, às vésperas do ano novo, sem nenhum planejamento, nada. Mesmo assim foi uma experiência bem gostosa, e nos deixou completamente apaixonados por esse estilo leve e livre de viajar - que é a forma como também levamos nossa vida. 


Bom, acredito que qualquer pessoa que queira iniciar no campismo e vá procurar ajuda no tio Google, invariavelmente cairá na página do "seu" Luiz, O Campista (www.ocampista.com.br) e conosco não foi diferente. Navegando pelo blog, encontramos um camping que nos interessou bastante, o Fazenda Valle das Águas, em Socorro/SP, mas eles estavam sem vagas e nos indicaram o Quintal das Estrelas, na mesma cidade.

Liguei e fui atendida por uma moça bem simpática, a Rosangela, que nos ofereceu um pacote de réveillon com ceia e café da manhã inclusos, por um período de 5 dias e um preço tão legal que chegamos a duvidar (tanto que pedi para que enviasse tudo por email, para que eventualmente eu pudesse contestar).

Sinal pago, começamos a nos organizar para a viagem. Como contei no post anterior, eu tinha uma barraca que recebi em doação de um casal que conheci em Paraty, que em meio ao temporal largou tudo pra trás e disse que eu poderia ficar com os equipamentos deles. O detalhe é que eu nunca tinha visto a barraca montada, sabia apenas que era para duas pessoas! 

Também já tínhamos colchão e bomba manual, o que mais precisaríamos? 

Estávamos eufóricos! 

Malas prontas (muita, muita, muita roupa, pelo trauma vivido em Paraty, quando não sobrou uma peça seca), pegamos a estrada.

No caminho, passamos num Extra24h (pois já passava das 22h e como dá pra notar, somos um casal beeem organizado e experiente), pra comprar "algumas coisinhas pra comer". Acabou que compramos uma quantidade enorme de coisas que sequer tocamos durante toda a viagem e que só serviram para ocupar espaço no carro (biscoitos, nutella, pães, bolinhos, sucos, mais biscoitos, mais pães... meu deus! parecia que estávamos indo acampar numa ilha deserta!!!)

Totalmente sem noção, chegamos ao camping por volta de 2:30h da madrugada, morrendo de vergonha e evitando ao máximo fazer barulho. Tanto que o colchão foi inflado na recepção e só depois levado para a barraca. (*Laércio depois me contou que lá do camping dava pra ouvir o "fiii-fiii-fiii" do colchão enchendo, ou seja, não tava adiantando nada minha tentativa de ser discreta)

Fomos recebidos por um senhor prestativo (seu Vicente), que apenas nos pediu para avisá-lo quando acabássemos para que ele pudesse apagar a luz do camping.

Vale dizer que enquanto Laércio montava a barraca, eu enchia o colchão lááá na recepção, que fica fora do alcance de visão do camping. O estacionamento também fica um pouco distante e estávamos estacionados perto da recepção. Isso significa que eu ainda não tinha visto a barraca montada e com o colchão dentro. 

Quando ele veio buscar o colchão já cheio, eu ainda fiquei lá perto do carro, com Luiza no colo, esperando ele voltar para levarmos a nossa mala, a da Luiza e as coisas que compramos no mercado. 

E foi então que ele veio me avisar que eu deveria pegar apenas a roupa de dormir, porque na nossa barraca SÓ CABIA O COLCHÃO, MAIS NADA! 

Pânico. 

Catei uma sacolinha do mercado, coloquei meu pijaminha e escova de dente dentro, e lá fui conhecer o camping e minha nova casa, com Luiza no meu colo.

Morri de vergonha quando cheguei no camping e descobri que minha barraquinha era tão, mas tão pequena que mais parecia uma toca do Gugu perto das outras, enormes, imponentes...!

Mas era o que tinha para o momento, né? Bora encarar o aperto. Pelo menos conseguimos entrar e nos acomodar, com Luiza ao nosso lado e os pés do Laércio (que tem 1,86m de altura) quase saindo da barraca.

Achando graça de toda aquela situação, fomos dormir. Cansados, porém felizes como crianças brincando de cabaninha no sofá da sala.


Nossa primeira noite na barraquinha


Antes disso, avisamos o seu Vicente que já poderia apagar a luz, e esse foi nosso primeiro perrengue: ele não apagava a luz simplesmente, mas desligava a chave geral, o que pra nós era um baita problema. Explico: Laércio sofre de apnéia do sono e pra dormir usa um aparelho elétrico (respirador).

Como já era mais de 3h da madrugada, não falamos nada.

...

Sobre o camping


Primeiro dia - 31/12/2014 

Acordamos por volta de sete e meia da manhã, com um calor insuportável na barraca. Então pudemos conhecer melhor o local e formar nossas primeiras opiniões. 

Não há uma única árvore dentro da área do camping, daí o nome "QUINTAL das Estrelas": o espaço é uma espécie de 'puxadinho' da Pousada Verdes Vales, cujo dono nos informou que havia sido inaugurado há pouco tempo, aproveitando o espaço outrora esquecido. O terreno foi aplainado, dedetizado e embora pequeno, tem pontos de luz espalhados por toda a área, praticamente 1 para cada barraca. Tem muros altos e o que pega mesmo é a falta de árvores. Também tem wi-fi, mas só consegui usar de madrugada e com sinal bem fraco.


Eu e Luiza na toca do Gugu


Banheiros

Vários, sinalizados por "ele" e "ela", porém, bem precários. Mesmo com poucas barracas instaladas, a sujeira era pior do que banheiro de boteco, bom nem entrar em detalhes, mas quem já precisou usar banheiro de boteco na hora do desespero sabe do que eu tô falando. 

Apenas dois banheiros tem água quente, e alguns não tem nem chuveiro. Nenhum deles tem gancho para pendurar roupas, as pias são minúsculas e quando se abre a torneira, a água bate na pia e te molha todo. A pia é tão pequena que até pra cuspir a água do enxague quando se escova os dentes é difícil, porque o cano da torneira ocupa todo o espaço. Uma das pias estava solta e caiu em cima de mim. As portas são sanfonadas e algumas não fecham direito, é preciso alguém de "guarda" do lado de fora. Lixos transbordando. Sujeira, muita sujeira e mal cheiro. Nojento.

Área de lazer

Salão de jogos: existe, mas não vimos ninguém usando. Na página da pousada no Facebook tem muitas reclamações de gente que tentou usar. O que vimos: pisos soltos, sujeira, aspecto de abandono. Nas churrasqueiras em frente ao salão havia restos de comida e também muita sujeira e lixo. 

Piscina: grande, com divisão para crianças pequenas, estava limpa no dia que usamos... Mas na página também vi reclamações sobre a demora na limpeza e crianças frustradas. Como só usamos um dia e já no final da tarde, não temos do que reclamar. Mas faltam cadeiras, mesas e guarda-sóis (só vi um).

Lanchonete: tem, mas precisa procurar alguém pra atender sempre que se quer consumir algo ou simplesmente pedir uma água. E a água é cobrada a preço de ouro - recebemos uma conta de R$ 60,00 quando fizemos o check out, sendo que, exceto por uma porção de calabresa e duas cervejas, consumimos apenas água, em garrafinhas de 500ml.

Não existe bebedouro em nenhum lugar da pousada ou do camping, e o calor era intenso.

Refeitório: grande, porém um pouco abafado. O café da manhã é gostoso, servem pães, bolos, frutas, sucos, e as meninas que trabalham lá são muito atenciosas e prestativas. Apesar de existir um cartaz com os horários de almoço e jantar, eles não existem. Depois do café da manhã o refeitório é trancado e só abre no café da manhã do dia seguinte. 

Em frente ao refeitório tem um pequeno playground com poucos brinquedos (uns dois ou três) e um pomar, também com aspecto de abandono. Muita sujeira e moscas nas frutas que caem, apodrecem e ninguém recolhe. 

Há no local algo que chamam de "mini-fazendinha", mas o que vimos foram animais esquecidos, mais sujeira, e coelhos presos em gaiolas minúsculas (parecia a gente na barraca, mas pelo menos a gente podia sair :p ) 

Deu muita pena de ver. 

No mesmo lugar existe uma pequena capela e uma construção com cara de abandonada do que seria um salão de festas (acho). 

Há também um canil para os cachorros dos hóspedes, mas fica próximo aos chalés e teve gente louca da vida por ter sido acordada pelos latidos da cachorrada. Pelo menos do camping nada se ouvia, sorte a nossa.

...

A ceia de Ano Novo

Cumpriu o que prometeu, exceto pelo panetone que estava no cardápio e permaneceu na cozinha, sem ser servido (não entendi essa). Comida beeem simplesinha: arroz à grega, maionese, uma carne desfiada que chamaram de leitoa, outra que diziam ser costela, e meia garrafa de cidra cereser por pessoa.

Bom, pra nós, que pagamos barato pelo pacote, acho que deu pra passar, mas o pessoal dos chalés que pagou mais de dois mil reais pra desfrutar das mesmas coisas que nós estava bem puto. 

Na virada teve uma queima de fogos que por pouco não virou tragédia: um dos rojões voou pra baixo, todo mundo saiu correndo, foi um susto grande.

E ainda teve o dono da pousada agradecendo a todos e pedindo que retornassem sempre, porque ele quer "ganhar bastante dinheiro pra comprar uma BMW". 

Uhum, senta lá. 

Segunda noite: novamente o seu Vicente desligou a energia, e desta vez Laércio foi lá explicar que precisava da energia por causa do aparelho.

Na terceira noite ele desligou DE NOVO, e aí só resolveu falando com o dono, que precisou dar um curso intensivo pro seu Vicente de como apagar a luz usando o interruptor e não a chave geral.

...

Sobre os passeios

Incluso no pacote recebemos dois ingressos para o Thermas Wather Park, em Águas de Lindóia. Super valeu a pena, passamos um dia inteiro lá, estava bem vazio e deu pra aproveitar bastante. O parque é grande, tem piscinas muito boas e uma estrutura bem legal (exceto pela comida). Recomendamos! 

Recebemos também ingressos para um parque de aventuras, o Kango Jango, mas soubemos que as atrações eram pagas à parte e como Luiza não iria aproveitar nada, não fomos. 

Conhecemos a Gruta dos Anjos, que fica próximo à entrada de Socorro. Paga-se R$ 20,00 por pessoa, que dá direito a passear pelo lago dentro da gruta usando um pedalinho. O visual é incrível, eu que nunca havia entrado numa gruta fiquei deslumbrada. Os coletes salva-vidas fedem muito, esses eu não gostei. Nesse passeio fomos acompanhados de um casal que estava numa barraca ao lado da nossa, com quem fizemos amizade, almoçamos e tiramos várias fotos, a Aline e o Denis. Duas graças :)


A entrada da gruta


Gruta do anjo



Nós :)


Passeio de pedalinho


Luiza curtindo passear de sling na gruta



Coletes fedidos :p


Socorro faz parte do circuito das malhas, então não pude deixar de aproveitar pra comprar umas roupinhas (vestidos, saias, blusinhas, macaquinhos...) Os preços lá são de arrasar, e mesmo quem não é nada consumista, como eu, acaba aproveitando pra dar uma renovada básica no guarda-roupas. 

Serra Negra é outra cidade que faz parte do circuito das malhas e é ótima para compras (cof, cof, também não resisti). Além disso, subindo até o alto da serra se tem uma vista linda da cidade, muito linda mesmo, vale a pena.

Alto da serra - Serra Negra/SP


Luiza e Laércio 


No último dia da viagem fomos conhecer a cachoeira do Rio do Peixe, tomamos um banho bem gostoso de lavar a alma e renovar as energias pro ano novo, almoçamos num restaurante mineiro delicioso que descobrimos por acaso e logo depois pegamos estrada de volta pra casa.


Cachoeira do Rio do Peixe


Mas... já ia me aquecendo de alguns detalhes...

No dia em que curtimos a piscina, final da tarde, a fome bateu e pedimos uma porção de calabresa (única opção disponível) e duas cervejas na lanchonete. Porém, como as atendentes ainda não haviam chegado, o dono, que estava no balcão, pediu que esperássemos um pouquinho. Então fomos dar um banho na Luiza enquanto isso e ficamos de voltar logo depois. Só que quando a gente chegou na barraca o tempo começou a fechar e em questão de segundos o céu desabou. 

Choveu muito, e muito forte, a impressão que dava era de que nossa barraquinha do Gugu sairia voando com a gente dentro. 

E é claro que também choveu MUITO lá dentro!!! Chuva que entrava pelos lados, pela porta, pelo teto... Eu fiquei em pânico, enquanto Luiza e Laércio achavam graça daquilo tudo, então me acalmei e esperei pacientemente até que acabasse.



Durante a fase mais forte da tempestade, ela mamou e dormiu 


Laércio ainda brincou: "-será que eles têm serviço de entrega aqui?"
Estávamos mortos de fome e tudo o que havíamos comprado estava no carro, porque nada cabia na barraca. 

E qual não foi nossa surpresa quando ouvimos a voz do dono lá fora, nos chamando com um guarda chuva na mão e uma bandeja na outra, com nossa porção de calabresa, duas cervejas e pãezinhos!!! Nem acreditei quando vi, de tão feliz!!! 



Um brinde ao nosso primeiro acampamento juntos!!!


A chuva passou, comemos, nos acomodamos no colchão molhado e dormimos.

A sorte é que fazia muito calor, então a chuva na barraca não foi um grande problema. E já que estávamos convictos de que era isso que queríamos para as nossas vidas, decidimos que investiríamos numa boa barraca pra nunca mais passar por todo esse perrengue.


Descobrimos que os pés do Laércio (João Grandão) acabaram forçando o zíper da porta, que quebrou, e por isso choveu tanto dentro da barraca. 

No final das contas o saldo de tudo isso foi super positivo. Fizemos uma viagem feliz, demos muitas risadas, curtimos cada momento e aprendemos com cada uma de nossas trapalhadas. 

Durante quatro dias dormimos espremidos e usamos o carro de guarda roupas, mas nada foi motivo pra pensar em desistir. 

Que venham muitos outros acampamentos!



Escrito por: ela.